Simbiose

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O óculos de aro fino e delicado foi arrancado de seu rosto, desnudando com aspereza os olhos castanhos que brilhavam de tesão. Ele se deteve alguns segundos, encantado, observando o que fora revelado pela última peça que caíra. Ela ofegou, fechou os olhos como quem pede a atenção para outra parte de seu corpo. Sentada em seu colo inclinou sua cabeça de lado e afastou o cabelo.

Ele entendeu o recado e não hesitou. Segurou forte em seu cabelo e avançou pelo pescoço. Respirava com força e a apertava contra seu corpo, sentia o suor de ambos se misturando e o cheiro sutil do perfume se confundindo ao odor do sexo. Tomada pelo calor, afastou-o puxando pelos cabelos e mordeu o lábio, suspendeu um pouco seu corpo ofertando os seios volumosos.

Avançou com vontade, apertando ambos em suas mãos. Beijou os mamilos com cuidado, hora passando a língua com delicadeza hora os prendendo com os lábios. Ela arranhava suas costas de tesão. Os gemidos alternados com os suspiros, o som suave de sua voz rouca bloqueado pela boca que fechava tentando conter o prazer que não mais cabia no interior de seu corpo esguio.

Com um movimento determinado ele inverteu a posição. Deitado em cima dela, aprisionado pelas pernas trançadas em suas costas, ele avançou. A boca não mais bloqueou o gemido que com a penetração se tornou quase um grito. Os corpos agarrados, deslizavam, suavam e se arranhavam. Os beijos desvairados se revezavam aos sorrisos formados pelo prazer de oferecer prazer.

Um prazer imenso que termina no grito surdo da garganta, que não pode emitir um som apropriado para o orgasmo honesto de dois corpos que se satisfazem.